Posted: 11/12/2010 by Antonio Ozaí da Silva in educação, práxis docente, universidade
4Numa época em que tudo está sujeito a processos avaliativos, discutir as dimensões da avaliação na educação pode parecer modismo. Afinal, a literatura especializada debate insistentemente quais os melhores métodos de avaliação da aprendizagem. Discutem-se os méritos e deméritos da avaliação contínua, dos diversos mecanismos de avaliar (dissertação, prova objetiva, seminários, etc.), do vestibular, ENEM, etc. Os profissionais da educação são submetidos a avaliações internas e externas e o desempenho passa a ser matematicamente pontuado. Busca-se, numa filosofia economicista, verificar se a relação custo-benefício se sustenta. A educação termina por se constituir em coisa mensurável e sujeita aos humores das autoridades.
Nesse emaranhado de múltiplas avaliações que parecem autojustificadas, como fica a situação do aluno? Qual a sua opinião sobre os seus avaliadores e processos avaliativos? Quem ouvirá os seus reclamos? Quem avalia o avaliador?
Ao contrário do que imaginam certos doutos educadores, muitos alunos não vêem com bons olhos as avaliações fundadas na memorização. Eles percebem que o método decoreba prepara-os apenas para a prova e que, depois, esquecem o conteúdo. Vêem claramente que isto não os prepara para a vida profissional, nem lhes proporcionam uma formação crítica. Esta prática pedagógica estimula e reforça comportamentos e posturas inadequadas: a cola, o plágio, a fraude escolar (compra de trabalho), a valorização da nota em lugar do processo de aprendizagem.
Os instrumentos avaliativos são inúmeros. É surpreendente que muitos professores ainda se restrinjam à avaliação estilo decoreba. Por outro lado, observe-se que, independentemente dos tipos de instrumentos avaliativos utilizados, todos são meios e não fim. O problema maior é quando a avaliação se transforma num fim em si, operando-se uma inversão de valores. Os meios utilizados têm aspectos negativos e positivos e podem ser potencializados ou não, a depender das circunstâncias e da capacidade profissional.
Propaga-se a necessidade de tudo mensurar e a certeza de que é possível fazê-lo. Pensar em termos de quantificação do saber parece até mesmo um fator intrínseco à natureza pedagógica. Proponha a extinção de qualquer mecanismo de definição de notas – pois todos os instrumentos visam quantificar resultados – e todos considerarão absurdo.
Os alunos podem questionar o mau uso dos instrumentos de avaliação, podem até mesmo preferir uns a outros e são capazes de elogiar os professores que utilizam eficazmente este ou aquele meio avaliativo. Mas, em geral, concebem a avaliação como um fato em si, naturalizando-a e não questionam os pressupostos. Aliás, não só os alunos, seus professores também! A favor de uns e outros, deve-se observar que estão submetidos a todas as exigências burocráticas do sistema de ensino.
A dimensão pedagógica da avaliação está entrelaçada com a dimensão emocional. Uma prática pedagógica ineficiente e o uso inadequado de meios avaliativos geram efeitos traumatizantes. Por sua vez, a desconsideração de procedimentos éticos no agir educativo e a desatenção quanto aos aspectos emocionais produzem efeitos negativos que, além de gerar sofrimentos, comprometem a atuação do professor.
É no processo avaliativo que o poder professoral (de definir a nota, aprovar ou reprovar) mais se faz sentir. A atitude do professor é o fator de maior influência emocional. O abuso de autoridade e a desconsideração à dimensão emocional tendem a deixar marcas indeléveis por toda a vida. É preciso respeitar a pessoa do aluno, tratá-lo como ser humano. Isto deveria ser uma obviedade!
domingo, 19 de dezembro de 2010
A dimensão avaliativa da práxis docente (2)
O processo avaliativo é um dos momentos pedagógicos mais críticos na prática docente. É, também, um momento prenhe de valores éticos, pois se trata de julgar e definir a vida acadêmica dos nossos alunos. Será que temos consciência do que este julgamento envolve? Será que percebemos que a pretensa objetividade científica está repleta de aspectos subjetivos que influenciam o ato de avaliar? Esta não deveria ser uma preocupação central para quem se dedica à tarefa de educar?
Esta percepção é fundamental para o bom exercício da prática pedagógica. A consciência ética funciona como fator de equilíbrio diante de uma relação de poder desigual. O professor desempenha uma função pouco susceptível ao controle externo: na sala de aula ele é o todo-poderoso, ou pelo menos imagina sê-lo.
Há atitudes nada éticas que expressam abusos e desrespeito. Um fator que merece destaque é o uso da prova/nota enquanto fator de controle e punição. O docente, por exemplo, pode elaborar uma prova mais difícil com a clara intenção de dificultar e punir. O aluno fica refém do humor professoral.
É certo que os alunos podem recorrer através das vias burocráticas. A maioria, contudo, desenvolve estratégias de sobrevivência e o senso de realidade indica que nem sempre é bom afrontar o mestre; em certos casos, desistem do curso; há casos de resistência individual, mas é raro que ocorra a rebeldia coletiva. Não esqueçamos que os professores, em caso de reclamações do aluno, são julgados pelos próprios pares e, em geral, predomina o espírito corporativo. Mas os alunos também sabem reconhecer os aspectos positivos como: respeito e valorização da relação humana; competência e compromisso com a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual.
O processo avaliativo é a ponta do iceberg: háa necessidade de debater as relações entre a universidade e a sociedade, os diferentes níveis de ensino e os processos seletivos e de ascensão social, etc. Professores, por mais que se isolem em suas torres de marfim, reproduzem em sala de aula as idéias e procedimentos que compõem a sua visão de mundo e de sociedade.
Todavia, o compromisso político e social não é um ato mecânico. Como esperar compromisso ético e pedagógico quando se padece de consciência política e social? (E aqui tomamos a política em sentido amplo). Por outro lado, militância política não é sinônimo de compromisso ético com os alunos: o docente pode professar idéias progressistas ou mesmo socialistas e ser incoerente em relação á prática pedagógica, substituindo o aprender crítico pela doutrinação.
Claro, enfocamos aqui apenas alguns dos aspectos da práxis docente. O objetivo não é culpar nem generalizar, mas apenas chamar a atenção para o poder professoral e as conseqüências do uso abusivo e antiético. Não podemos fechar os olhos à realidade que cerca o trabalho educativo e precisamos romper com a hipocrisia e o espírito de corpo que encobre e dá guarida a práticas pedagógicas nefastas.
Tudo o que possa ser feito para melhorar e aperfeiçoar a educação merece consideração. Antes tentar do que se render ao pessimismo ou compactuar com tais práticas pedagógicas que causam constrangimento, humilhação, sofrimento, etc. Contudo, o problema principal permanece, em nossa opinião, intocável: o sistema de notas sob o qual todo o ensino se funda e submete a todos indistintamente. É este um dos principais fatores que propiciam abusos.
O professor que não compreende que o educador também precisa ser educado; não percebe que também é avaliado por seus alunos. Eles apenas não têm os meios para expressar o seu veredicto. Se tivessem, muitos docentes seriam reprovados!
Esta percepção é fundamental para o bom exercício da prática pedagógica. A consciência ética funciona como fator de equilíbrio diante de uma relação de poder desigual. O professor desempenha uma função pouco susceptível ao controle externo: na sala de aula ele é o todo-poderoso, ou pelo menos imagina sê-lo.
Há atitudes nada éticas que expressam abusos e desrespeito. Um fator que merece destaque é o uso da prova/nota enquanto fator de controle e punição. O docente, por exemplo, pode elaborar uma prova mais difícil com a clara intenção de dificultar e punir. O aluno fica refém do humor professoral.
É certo que os alunos podem recorrer através das vias burocráticas. A maioria, contudo, desenvolve estratégias de sobrevivência e o senso de realidade indica que nem sempre é bom afrontar o mestre; em certos casos, desistem do curso; há casos de resistência individual, mas é raro que ocorra a rebeldia coletiva. Não esqueçamos que os professores, em caso de reclamações do aluno, são julgados pelos próprios pares e, em geral, predomina o espírito corporativo. Mas os alunos também sabem reconhecer os aspectos positivos como: respeito e valorização da relação humana; competência e compromisso com a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual.
O processo avaliativo é a ponta do iceberg: háa necessidade de debater as relações entre a universidade e a sociedade, os diferentes níveis de ensino e os processos seletivos e de ascensão social, etc. Professores, por mais que se isolem em suas torres de marfim, reproduzem em sala de aula as idéias e procedimentos que compõem a sua visão de mundo e de sociedade.
Todavia, o compromisso político e social não é um ato mecânico. Como esperar compromisso ético e pedagógico quando se padece de consciência política e social? (E aqui tomamos a política em sentido amplo). Por outro lado, militância política não é sinônimo de compromisso ético com os alunos: o docente pode professar idéias progressistas ou mesmo socialistas e ser incoerente em relação á prática pedagógica, substituindo o aprender crítico pela doutrinação.
Claro, enfocamos aqui apenas alguns dos aspectos da práxis docente. O objetivo não é culpar nem generalizar, mas apenas chamar a atenção para o poder professoral e as conseqüências do uso abusivo e antiético. Não podemos fechar os olhos à realidade que cerca o trabalho educativo e precisamos romper com a hipocrisia e o espírito de corpo que encobre e dá guarida a práticas pedagógicas nefastas.
Tudo o que possa ser feito para melhorar e aperfeiçoar a educação merece consideração. Antes tentar do que se render ao pessimismo ou compactuar com tais práticas pedagógicas que causam constrangimento, humilhação, sofrimento, etc. Contudo, o problema principal permanece, em nossa opinião, intocável: o sistema de notas sob o qual todo o ensino se funda e submete a todos indistintamente. É este um dos principais fatores que propiciam abusos.
O professor que não compreende que o educador também precisa ser educado; não percebe que também é avaliado por seus alunos. Eles apenas não têm os meios para expressar o seu veredicto. Se tivessem, muitos docentes seriam reprovados!
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Boas novas!!!!
Folha Dirigida, 16/12/2010 - Rio de Janeiro RJ
Professoras da Infância
Danilo Gandin
Durante muitos anos as crianças brasileiras foram educadas pelas professoras oriundas da antiga escola normal. Mesmo depois da década de setenta, quando se começou a possibilitar a escola para todos, a "habilitação de magistério", do ensino de segundo grau, continuou a formar estas verdadeiras mestras que guiaram os primeiros passos escolares de muitíssimos de nós. O progresso e a necessidade de aperfeiçoamento contínuo foram levando a formação destas professoras para o ensino superior. Agora, tramita, no senado, projeto de lei que torna obrigatório o diploma de nível superior para a docência na educação básica, inclusive na educação infantil e na primeira etapa do ensino fundamental. Parece justo: a tarefa educacional - a prática de ajudar crianças a se educarem - exige uma imensidão de conhecimentos e de qualidades pessoais que só o muito estudo e a muita vivência podem construir. Quanto menor for a criança, maior deverá ser a preparação dos professores porque maiores serão as consequências dos acertos e dos erros destes profissionais. Mas uma análise mais aprofundada da questão poderá apontar caminhos que preservem a profissionalização inicial do professor a partir do ensino médio. De fato, há dois olhares que nos levam a decidir nossa prática: aquele que contempla os princípios oriundos da teoria e da nossa opção e o que se fixa sobre a realidade em que estamos vivendo.
Nunca são boas as ações que se baseiam apenas na compreensão da realidade nem as que só levam em conta os princípios. Assim, nos supermercados de hoje, alguns vegetais mais miúdos e mais feios exibem um preço maior do que outros, mais vistosos. Segundo os princípios da agricultura atual deve-se cultivar em grandes quantidades, com adubos e agrotóxicos determinados, para que possamos ter alimentos de qualidade para todos. Mas as circunstâncias que se compreendem a partir de uma análise mais profunda da realidade, dão valor a produtos cultivados organicamente, mesmo longe daqueles princípios da teoria. Analisar a situação dos cursos de magistério a partir deste pensamento ajuda bastante a alcançar a verdade. Professoras assim formadas adquirem uma visão humana da criança mais real e verdadeira. Além de estarem mais próximas do seu estudo porque ainda não trabalham, estas meninas têm um curso com uma integração de matérias muito mais clara e mais profunda do que a que podem oferecer, hoje, as faculdades de educação.
Além disto, elas convivem, em seus colégios, com crianças da idade de seus futuros alunos e têm com estas crianças um contato mais profundo e mais continuado. Como resultado desta situação, sua aprendizagem inclui, além dos conhecimentos que, mais tarde, vão transmitir a seus alunos, a responsabilidade de educadoras, voltadas para a construção de uma hierarquia de valores, onde estarão presentes a responsabilidade, a aceitação do diferente, o amor ao trabalho... e para o desenvolvimento de muitas habilidades, como a observação, a análise, a síntese, a criatividade, a admiração ante o mundo etc. Por isto é de se apoiar uma das emendas ao projeto em tramitação no senado, a que abre espaço para a formação de professoras para o início do ensino fundamental nos cursos que sucederam as escolas normais.
Professoras da Infância
Danilo Gandin
Durante muitos anos as crianças brasileiras foram educadas pelas professoras oriundas da antiga escola normal. Mesmo depois da década de setenta, quando se começou a possibilitar a escola para todos, a "habilitação de magistério", do ensino de segundo grau, continuou a formar estas verdadeiras mestras que guiaram os primeiros passos escolares de muitíssimos de nós. O progresso e a necessidade de aperfeiçoamento contínuo foram levando a formação destas professoras para o ensino superior. Agora, tramita, no senado, projeto de lei que torna obrigatório o diploma de nível superior para a docência na educação básica, inclusive na educação infantil e na primeira etapa do ensino fundamental. Parece justo: a tarefa educacional - a prática de ajudar crianças a se educarem - exige uma imensidão de conhecimentos e de qualidades pessoais que só o muito estudo e a muita vivência podem construir. Quanto menor for a criança, maior deverá ser a preparação dos professores porque maiores serão as consequências dos acertos e dos erros destes profissionais. Mas uma análise mais aprofundada da questão poderá apontar caminhos que preservem a profissionalização inicial do professor a partir do ensino médio. De fato, há dois olhares que nos levam a decidir nossa prática: aquele que contempla os princípios oriundos da teoria e da nossa opção e o que se fixa sobre a realidade em que estamos vivendo.
Nunca são boas as ações que se baseiam apenas na compreensão da realidade nem as que só levam em conta os princípios. Assim, nos supermercados de hoje, alguns vegetais mais miúdos e mais feios exibem um preço maior do que outros, mais vistosos. Segundo os princípios da agricultura atual deve-se cultivar em grandes quantidades, com adubos e agrotóxicos determinados, para que possamos ter alimentos de qualidade para todos. Mas as circunstâncias que se compreendem a partir de uma análise mais profunda da realidade, dão valor a produtos cultivados organicamente, mesmo longe daqueles princípios da teoria. Analisar a situação dos cursos de magistério a partir deste pensamento ajuda bastante a alcançar a verdade. Professoras assim formadas adquirem uma visão humana da criança mais real e verdadeira. Além de estarem mais próximas do seu estudo porque ainda não trabalham, estas meninas têm um curso com uma integração de matérias muito mais clara e mais profunda do que a que podem oferecer, hoje, as faculdades de educação.
Além disto, elas convivem, em seus colégios, com crianças da idade de seus futuros alunos e têm com estas crianças um contato mais profundo e mais continuado. Como resultado desta situação, sua aprendizagem inclui, além dos conhecimentos que, mais tarde, vão transmitir a seus alunos, a responsabilidade de educadoras, voltadas para a construção de uma hierarquia de valores, onde estarão presentes a responsabilidade, a aceitação do diferente, o amor ao trabalho... e para o desenvolvimento de muitas habilidades, como a observação, a análise, a síntese, a criatividade, a admiração ante o mundo etc. Por isto é de se apoiar uma das emendas ao projeto em tramitação no senado, a que abre espaço para a formação de professoras para o início do ensino fundamental nos cursos que sucederam as escolas normais.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Revista Gestão Universitária, Edição 253
Pedagogia do encantamento
Joana D'arc Mariano Taveira
Encantar-se para aprender. Esta é condição essencial para uma aprendizagem efetiva. Para que este encantamento exista é necessário existir a MOTIVAÇÃO. Nas antigas Escolas Normais ou habilitação para o magistério em nível de segundo grau ,as normalistas ou futuros professores eram muito bem preparados para lecionar de primeira a quarta série. Não direi o mesmo dos cursos superiores que vieram substituir o Ensino Normal. Conscientemente faço esta crítica ,porque lecionei em ambos. Nos cursos Normais havia a didática de português, onde aprendia como dar uma aula de leitura,de redação, de ditado, de escrita, as técnicas e a motivação ideais para cada aula. E da mesma forma acontecia com a didática de matemática, de história, de geografia, de ciências, etc... Os programas de primeira a quarta série eram estudados em profundidade. Fui aluna de ISA TÔRRES em didática e de IONE TÔRRES em psicologia a quem devo muito do melhor de mim. Mais tarde, ELZA MENDES brilhou lecionando didática e continuando a preparar de fato professores para atuar de primeira a quarta série.
Muitas prefeituras estão colocando nos editais de concurso para professores de primeira a quarta série a exigência do curso de magistério, por reconhecer que esse professor está de fato apto a alfabetizar, possuem a segurança que o conhecimento trás, além de uma base humanística. As faculdades possuem liberdade para elaborar suas ementas e por isso o conteúdo programático diverge de uma para outra faculdade. Os cursos são teóricos não são focados nas práticas pedagógicas que é o mais importante num curso de magistério. Alfabetizar não é nada fácil. Imagine fazê-lo sem competência, é um verdadeiro desastre. O ensino de primeira a quarta série é a base de tudo. Não podemos negligenciar... Foi constatado que muitos advogados não conseguem a aprovação nos exames da OAB por causa da defasagem em português; por não saber redigir, falar, etc.
A formação do professor primário, vem sendo cada dia mais deficiente. Foi um grande equívoco acabar com o curso normal. O curso superior seria bem vindo, como um aprofundamento, mas, sem eliminar a base que eram os cursos de habilitação ao magistério ou curso normal. Outro aspecto que merece reflexão é o conteúdo programático, de primeira a quarta série, o programa deveria contemplar duas disciplinas: PORTUGUES E MATEMÁTICA, outros conteúdos viriam de forma transversal. Não está havendo a devida preocupação com a qualidade da educação. O problema é que os discursos políticos são sempre a favor da educação, mas as práticas não são sempre coerentes com os discursos.
A escola pública foi de qualidade até os anos 50, 60, 70 .Tinha ditado todo dia, tinha de fazer redação todo dia, tinha de ler todo dia. Professor ganhava bem, era gente de classe média que tinha acesso a livros estudos, viagens. Hoje, existem professores sem acesso a um computador que é uma ferramenta básica na atualidade. Em termos políticos de valorização e remuneração do professor ainda há muito o que fazer. Em termos da adoção da PEDAGOGIA DO ENCANTAMENTO nós educadores podemos colocá-la em prática, através da motivação, do lúdico, da repetição, da fixação, de métodos e técnicas apropriadas, e do estar encantados e apaixonados pela alegria de aprender e pela competência de ensinar.
Joana D'arc Mariano Taveira
Encantar-se para aprender. Esta é condição essencial para uma aprendizagem efetiva. Para que este encantamento exista é necessário existir a MOTIVAÇÃO. Nas antigas Escolas Normais ou habilitação para o magistério em nível de segundo grau ,as normalistas ou futuros professores eram muito bem preparados para lecionar de primeira a quarta série. Não direi o mesmo dos cursos superiores que vieram substituir o Ensino Normal. Conscientemente faço esta crítica ,porque lecionei em ambos. Nos cursos Normais havia a didática de português, onde aprendia como dar uma aula de leitura,de redação, de ditado, de escrita, as técnicas e a motivação ideais para cada aula. E da mesma forma acontecia com a didática de matemática, de história, de geografia, de ciências, etc... Os programas de primeira a quarta série eram estudados em profundidade. Fui aluna de ISA TÔRRES em didática e de IONE TÔRRES em psicologia a quem devo muito do melhor de mim. Mais tarde, ELZA MENDES brilhou lecionando didática e continuando a preparar de fato professores para atuar de primeira a quarta série.
Muitas prefeituras estão colocando nos editais de concurso para professores de primeira a quarta série a exigência do curso de magistério, por reconhecer que esse professor está de fato apto a alfabetizar, possuem a segurança que o conhecimento trás, além de uma base humanística. As faculdades possuem liberdade para elaborar suas ementas e por isso o conteúdo programático diverge de uma para outra faculdade. Os cursos são teóricos não são focados nas práticas pedagógicas que é o mais importante num curso de magistério. Alfabetizar não é nada fácil. Imagine fazê-lo sem competência, é um verdadeiro desastre. O ensino de primeira a quarta série é a base de tudo. Não podemos negligenciar... Foi constatado que muitos advogados não conseguem a aprovação nos exames da OAB por causa da defasagem em português; por não saber redigir, falar, etc.
A formação do professor primário, vem sendo cada dia mais deficiente. Foi um grande equívoco acabar com o curso normal. O curso superior seria bem vindo, como um aprofundamento, mas, sem eliminar a base que eram os cursos de habilitação ao magistério ou curso normal. Outro aspecto que merece reflexão é o conteúdo programático, de primeira a quarta série, o programa deveria contemplar duas disciplinas: PORTUGUES E MATEMÁTICA, outros conteúdos viriam de forma transversal. Não está havendo a devida preocupação com a qualidade da educação. O problema é que os discursos políticos são sempre a favor da educação, mas as práticas não são sempre coerentes com os discursos.
A escola pública foi de qualidade até os anos 50, 60, 70 .Tinha ditado todo dia, tinha de fazer redação todo dia, tinha de ler todo dia. Professor ganhava bem, era gente de classe média que tinha acesso a livros estudos, viagens. Hoje, existem professores sem acesso a um computador que é uma ferramenta básica na atualidade. Em termos políticos de valorização e remuneração do professor ainda há muito o que fazer. Em termos da adoção da PEDAGOGIA DO ENCANTAMENTO nós educadores podemos colocá-la em prática, através da motivação, do lúdico, da repetição, da fixação, de métodos e técnicas apropriadas, e do estar encantados e apaixonados pela alegria de aprender e pela competência de ensinar.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Notícias fresquinhas que interessam a todos nós educadores
O Dia, 08/12/2010 - Rio de Janeiro RJ
Próximo PNE terá meta de investimento de 7% do PIB
Brasília – O próximo Plano Nacional de Educação (PNE) vai fixar uma meta de investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. Essa foi a proposta apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) à Casa Civil. De acordo com o ministro Fernando Haddad, o plano será lançado nos próximos dias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, começa a tramitação do projeto no Congresso Nacional. “Evidente que temos um governo que termina e outro que começa, mas estamos trabalhando no sentido de fechar um consenso”, disse o ministro. Dados referentes a 2009 mostram que hoje o país investe 5% do PIB em educação. Nos últimos cinco anos, o crescimento foi de 0,2 ponto percentual anualmente.
O próximo PNE vai definir as metas que o Brasil deve atingir em
educação nos próximos dez anos. Segundo Haddad, o patamar de investimento de 7% do PIB deve ser atingido na próxima década, “mas quanto antes melhor”. As bases do PNE foram traçadas durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), que reuniu no mês de abril em Brasília cerca de 3 mil representantes de movimentos sociais, governos, pesquisadores, estudantes, professores e pais para discutir as prioridades do setor. O documento final da Conae recomendou que o investimento em educação seja elevado para 7% até 2011 e atinja 10% em 2014.
O PNE 2001-2010, que ainda está em vigor, também estabelecia uma meta de investimento de 7% do PIB em educação, mas o dispositivo foi vetado pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso. Para especialistas e estudiosos do tema, esse foi um dos fatores responsáveis pelo fracasso do ano atual, que não cumpriu boa parte das 295 metas estipuladas, já que não havia previsão orçamentária para garantir os investimentos apontados pelo projeto. Outra meta que será incluída no PNE refere-se aos resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). O MEC estabeleceu que até 2021 os estudantes brasileiros deverão atingir a média de 473 pontos no Pisa, patamar semelhante ao alcançado pelos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aplica o exame. Os resultados referentes a 2009, divulgados na terça-feira pelo órgão, mostram que a média do país está em 401 pontos.
Próximo PNE terá meta de investimento de 7% do PIB
Brasília – O próximo Plano Nacional de Educação (PNE) vai fixar uma meta de investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. Essa foi a proposta apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) à Casa Civil. De acordo com o ministro Fernando Haddad, o plano será lançado nos próximos dias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, começa a tramitação do projeto no Congresso Nacional. “Evidente que temos um governo que termina e outro que começa, mas estamos trabalhando no sentido de fechar um consenso”, disse o ministro. Dados referentes a 2009 mostram que hoje o país investe 5% do PIB em educação. Nos últimos cinco anos, o crescimento foi de 0,2 ponto percentual anualmente.
O próximo PNE vai definir as metas que o Brasil deve atingir em
educação nos próximos dez anos. Segundo Haddad, o patamar de investimento de 7% do PIB deve ser atingido na próxima década, “mas quanto antes melhor”. As bases do PNE foram traçadas durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), que reuniu no mês de abril em Brasília cerca de 3 mil representantes de movimentos sociais, governos, pesquisadores, estudantes, professores e pais para discutir as prioridades do setor. O documento final da Conae recomendou que o investimento em educação seja elevado para 7% até 2011 e atinja 10% em 2014.
O PNE 2001-2010, que ainda está em vigor, também estabelecia uma meta de investimento de 7% do PIB em educação, mas o dispositivo foi vetado pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso. Para especialistas e estudiosos do tema, esse foi um dos fatores responsáveis pelo fracasso do ano atual, que não cumpriu boa parte das 295 metas estipuladas, já que não havia previsão orçamentária para garantir os investimentos apontados pelo projeto. Outra meta que será incluída no PNE refere-se aos resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). O MEC estabeleceu que até 2021 os estudantes brasileiros deverão atingir a média de 473 pontos no Pisa, patamar semelhante ao alcançado pelos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aplica o exame. Os resultados referentes a 2009, divulgados na terça-feira pelo órgão, mostram que a média do país está em 401 pontos.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Processos Neurológicos
Visão, Audição, Paladar, Tato e Olfato: os cinco sentidos humanos
O corpo humano é dotado de cinco sentidos (capacidades) que lhe possibilita interagir com o mundo exterior (pessoas, objetos, luzes, fenômenos climáticos, cheiros, sabores, etc). Através de determinados órgãos do corpo humano, são enviadas ao cérebro as sensações, utilizando uma rede de neurônios que fazem parte do sistema nervoso.
Visão
É a capacidade de visualizar objetos e pessoas. O olho capta a imagem e envia para o cérebro, para que este faça o reconhecimento e interpretação.
Audição
É a capacidade de ouvir os sons (vozes, ruídos, barulhos, músicas) provenientes do mundo exterior. O ouvido capta as ondas sonoras e as envia para que o cérebro faça a interpretação daquele som.
Paladar
Este sentido (capacidade) permite ao ser humano sentir o gosto (sabor) dos alimentos e bebidas. Na superfície de nossas línguas existem milhares de papilas gustativas. São elas que captam o sabor dos alimentos e enviam as informações ao cérebro, através de milhões de neurônios.
Tato
É o sentido que permite ao ser humano sentir o mundo exterior através do contato com a pele. Abaixo da pele humana existem neurônios sensoriais. Quando a informação chega ao cérebro, uma reação pode ser tomada de acordo com a necessidade ou vontade.
Olfato
Sentido relacionado à capacidade de sentir o cheiro das coisas. O nariz humano possui a capacidade de captar os odores do meio externo. Estes cheiros são enviados ao cérebro que efetua a interpretação.
Aluna: Patricia Lucas de Vargas
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