Pedagogia do encantamento
Joana D'arc Mariano Taveira
Encantar-se para aprender. Esta é condição essencial para uma aprendizagem efetiva. Para que este encantamento exista é necessário existir a MOTIVAÇÃO. Nas antigas Escolas Normais ou habilitação para o magistério em nível de segundo grau ,as normalistas ou futuros professores eram muito bem preparados para lecionar de primeira a quarta série. Não direi o mesmo dos cursos superiores que vieram substituir o Ensino Normal. Conscientemente faço esta crítica ,porque lecionei em ambos. Nos cursos Normais havia a didática de português, onde aprendia como dar uma aula de leitura,de redação, de ditado, de escrita, as técnicas e a motivação ideais para cada aula. E da mesma forma acontecia com a didática de matemática, de história, de geografia, de ciências, etc... Os programas de primeira a quarta série eram estudados em profundidade. Fui aluna de ISA TÔRRES em didática e de IONE TÔRRES em psicologia a quem devo muito do melhor de mim. Mais tarde, ELZA MENDES brilhou lecionando didática e continuando a preparar de fato professores para atuar de primeira a quarta série.
Muitas prefeituras estão colocando nos editais de concurso para professores de primeira a quarta série a exigência do curso de magistério, por reconhecer que esse professor está de fato apto a alfabetizar, possuem a segurança que o conhecimento trás, além de uma base humanística. As faculdades possuem liberdade para elaborar suas ementas e por isso o conteúdo programático diverge de uma para outra faculdade. Os cursos são teóricos não são focados nas práticas pedagógicas que é o mais importante num curso de magistério. Alfabetizar não é nada fácil. Imagine fazê-lo sem competência, é um verdadeiro desastre. O ensino de primeira a quarta série é a base de tudo. Não podemos negligenciar... Foi constatado que muitos advogados não conseguem a aprovação nos exames da OAB por causa da defasagem em português; por não saber redigir, falar, etc.
A formação do professor primário, vem sendo cada dia mais deficiente. Foi um grande equívoco acabar com o curso normal. O curso superior seria bem vindo, como um aprofundamento, mas, sem eliminar a base que eram os cursos de habilitação ao magistério ou curso normal. Outro aspecto que merece reflexão é o conteúdo programático, de primeira a quarta série, o programa deveria contemplar duas disciplinas: PORTUGUES E MATEMÁTICA, outros conteúdos viriam de forma transversal. Não está havendo a devida preocupação com a qualidade da educação. O problema é que os discursos políticos são sempre a favor da educação, mas as práticas não são sempre coerentes com os discursos.
A escola pública foi de qualidade até os anos 50, 60, 70 .Tinha ditado todo dia, tinha de fazer redação todo dia, tinha de ler todo dia. Professor ganhava bem, era gente de classe média que tinha acesso a livros estudos, viagens. Hoje, existem professores sem acesso a um computador que é uma ferramenta básica na atualidade. Em termos políticos de valorização e remuneração do professor ainda há muito o que fazer. Em termos da adoção da PEDAGOGIA DO ENCANTAMENTO nós educadores podemos colocá-la em prática, através da motivação, do lúdico, da repetição, da fixação, de métodos e técnicas apropriadas, e do estar encantados e apaixonados pela alegria de aprender e pela competência de ensinar.
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