domingo, 21 de novembro de 2010

Psicologia e Educação

Teoria de Henri Wallon


Dia 09/11/2010, na aula de hoje vimos um pouco da teoria Wallon, como se dava o pensamento deste que ao contrário de outros teóricos que vimos anteriormente.

Wallon nasceu na França 1879, estudou medicina e filosofia antes de chegar à psicologia, a teoria de Wallon procurava entender como se constitui o psiquismo humano estudando as fases iniciais da infância com a psicogênese da pessoa, compreendendo como vai se articulando a complexidade de fatores do campo da consciência. Wallon destaca a importância das emoções sendo estas as primeiras manifestações afetivas da criança, sendo a infância uma fase provisória com sentido próprio, sendo uma preparação para a fase adulta. Acreditava que a escola era um contexto privilegiado para o desenvolvimento da criança.
O pensamento da criança é um complexo processo que vai construindo  gradualmente o controle do seu próprio movimento, o educador deve compreender esse movimento, com a sua sensibilidade, sua fragilidade, apatia ou instabilidade. A complexidade do processo que constituem a capacidade de contenção de processos motores exigidos pela escola, o modelo em que a criança deve estar sentada, quieta compenetrada em todos os instantes, como se fosse um pré-requisito da aprendizagem , se deve rever em qual momento o movimento deve ser realmente repreendido.
Para Wallon a inteligência nasce com a emoção, ambos estão ligados, a linguagem emocional por meio de um acesso afetivo é que a criança vai construindo a inteligência discursiva que organiza a ação com a idéia de representação da linguagem para a criança e isso mostra como a afetividade e a inteligência estão intimamente ligados.  
Há um primeiro momento da inteligência da criança chamada de sincretismo onde há muitas misturas, a criança não separa a qualidade de objetos e situações, por exemplo, ela ainda não tem a capacidade de assimilar as situações como o nome da mãe, sendo para a criança impossível haver outra mãe com o mesmo nome da dele.
Conforme vão processando os estados progressivos de diferenciação que Wallon chama de sincretismo, e conforme vão se processando diferenciações fundamentais a criança vai passar para o pensamento categorial que é a possibilidade de pensar o real por meio de categorias, características do final da primeira infância para o pensamento adulto, altamente influenciado pela cultura.
Wallon vai estudar também a idéia de como se constrói a criança em si, uma unidade única, onde se articula a inteligência a afetividade e o movimento, como se constrói na criança a consciência de si, a criança pequena não se percebe como uma unidade diferenciada do outro, ela se percebe como se fosse fundida ao outro (tanto pessoas significativas como condições mais concretas que ela está inserida) por meio de vários processos, a criança não se socializa conforme se desenvolve, ao contrário, que no inicio da vida o estado de socialização é máximo, um percurso onde a criança tem que se diferenciar do outro para se ver como uma única unidade.
Por volta dos três anos a criança passa a fase do personalismo onde ela se opõe ao outro, quando recusa ajuda, briga pela posse de objetos e afirma a independência do seu eu e essa fase volta novamente na adolescência onde ela quer se diferenciar do adulto, quando ela diz não, ela esta dizendo sim para si mesma, para suas opiniões.
Essa diferenciação nunca é total, o outro é uma dimensão sempre presente para o eu, mesmo o adulto há situações em que se mistura mais ao outro perdendo a nitidez dos contornos de si próprio.
A criança não é o resultado do meio que ela vive, ela convive em vários meios, familiar, escolar, e valores que a criança tem acesso, ela é formada por uma junção e não um resultado linear do seu meio familiar. A escola deve permitir que  a criança tenha um outro contexto, ocupando diferentes lugares não só no meio familiar, oferecendo diferentes lugares para a criança.

Sara Windson Chaves Gonçalves

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