Freud
Por fim chegamos às considerações a cerca das fases do desenvolvimento, onde mais uma vez a obra Freudiana é voltada, sobretudo para uma análise a partir das energias de natureza sexual. As formações das zonas erógenas nas três fases do desenvolvimento infantil, a repressão da energia sexual no período latente que sofrerá um processo de sublimação que proporcionará o uso produtivo às vistas da sociedade de tais energias, e a fase genital onde os mitos serão desfeitos e o indivíduo tornar-se-á adulto, dão um enfoque relacionado diretamente à pulsão sexual do indivíduo, o que, como já citei pode valorizar mais esta área e esquecer, de certa forma, de outros vínculos sentimentais que unem as pessoas. No entanto, esse é apenas um questionamento a ser feito que, de maneira alguma tira da obra a relação de associação com os fatos ocorridos na vida humana que podem ser observados e posteriormente encontrarem explicação na teoria da psicanálise, comprovando a condição desta teoria de principal instrumento de análise da mente humana existente até hoje.
O relacionamento professor-aluno é, portanto, atravessado por afetos de amor e de ódio (ambivalência). Na educação infantil e no ensino fundamental essas relações podem ser percebidas de maneira mais clara, já que para as crianças os professores ocupam o papel de “pais substitutos”, herdando os sentimentos que inicialmente foram endereçados a esses. No ensino superior as transferências de afeto também acontecem, ainda que de maneira menos perceptível, onde o professor ocupa “lugares” na psique do aluno que, na maioria das vezes, não corresponde ao seu lugar na vida real.
Sabemos que o ato de aprender sempre pressupõe uma relação com outra pessoa: a que ensina. Essa pessoa que ensina o professor é colocado pelo aluno numa determinada posição que pode ou não propiciar a aprendizagem. Entre esses dois personagens do processo de ensino-aprendizagem estabelece-se um campo de relações, que propicia as condições para o aprender, denominado transferência. Transferir é o mesmo que deslocar algo (sentido) de um lugar para o outro, sendo que essas transferências atribuem um sentido especial a uma figura determinada pelo desejo. Na relação professor-aluno a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se liga a um elemento particular que é a pessoa do professor.
Dessa forma, o conteúdo a ser ensinado deixa de ser o centro do processo pedagógico e a figura do professor e sua significação para o aluno é que passam a ser a chave para o aprendizado. Se um aluno, por alguma razão consciente ou não, não se sente à vontade com determinado professor, não consegue autorizá-lo a lhe ensinar algo, não gosta do seu jeito, sua postura, sua voz, com certeza, haverá dificuldades em aprender conteúdos que emanem desse professor, ainda que possam parecer interessantes ou necessários. Neste caso, o aluno pode ter transferido algo negativo para a figura desse professor que passou a ocupar um lugar de recusa na psique desse aluno, um lugar que nunca foi da pessoa real do professor, mas que, por alguma razão, esse passa a ocupar devido a transferência do aluno.
É importante lembrarmos que a transferência é um processo inconsciente, não escolhemos racionalmente amar ou odiar esse ou aquele professor ou transferir sentimentos bons ou ruins dependendo da situação. A transferência é algo que acontece sem que nos demos conta, onde o desejo inconsciente busca ligar-se a “formas” (professor, analista) para esvaziá-las de seu valor real e colocar ali o sentido que nos interessa.
Rogers
Rogers prioriza o indivíduo enquanto pessoa, valorizando a auto-realização, seu crescimento pessoal. Do ponto de vista da educação valoriza o educando como um todo, considerando seus pensamentos e ações e não apenas seu intelecto. Nessa perspectiva, para Rogers a aprendizagem é um processo de aprimoramento do indivíduo e não apenas do conhecimento. Objetiva-se mais amplo é desenvolver os pensamentos, os sentimentos, as ações de forma integrada, á fim de que se possa fazer escolhas mais seguras.
Na ótica Rogeriana, não existe sentido se falar em comportamento ou em cognição sem considerar o domínio afetivo, e no processo ensino-aprendizagem os sentimentos do aluno devem ser considerados, uma vez que o aluno pensa, sente de forma integral.
Rogers parte do pressuposto de que o ser humano tem uma propensão para crescer em uma direção que engrandeça a sua existência, garantindo a manutenção de si mesmo; portanto o ser humano tende à auto-realização. Sua abordagem implica que o ensino seja centrado no aluno como lócus prioritário no processo ensino aprendizagem. Considerando o atual paradigma da ciência, intitulado como pós-modernidade, que considera como foco central do cenário das pesquisas as humanidades, pode-se dizer que a teoria Rogeriana contribui nessa perspectiva de compreensão das humanidades.
O referencial teórico pressupõe conceitos teóricos que possibilitam uma melhor compreensão da ser humano, levando em conta à ótica do outro, a sua perspectiva, o seu olhar, para fundamentar um entendimento pautado na essência do outro, dos seus sentimentos, do eu olhar. Para isso fundamenta conceitos essencialmente importantes, que são: a empatia, a congruência e a consideração positiva incondicional.
A empatia é o conceito que corresponde a olhar o outro como se fosse visto do seu interior, captando suas forma peculiar de analisar e interpretar o ambiente externo. A congruência significa ser transparente na relação, expondo seus sentimentos mais profundos, sem fachada.
Neill
Venerado pelos amantes da liberdade irrestrita, abominado pelos partidários de uma educação tradicional e respeitado pelos que reconhecem a importância de flexibilizar a hierarquia escolar. Assim o educador, escritor e jornalista Alexander Sutherland Neill – fundador da Summerhill School, na Inglaterra – viveu boa parte de seus 90 anos. Sua escola tornou-se ícone das pedagogias alternativas ao concretizar um sistema educativo em que o importante é a criança ter liberdade para escolher e decidir o que aprender e, com base nisso, desenvolver-se no próprio ritmo.
De acordo com Neill, a educação deveria trabalhar basicamente com a dimensão emocional do aluno, para que a sensibilidade ultrapassasse sempre a racionalidade. Ele acreditava que a convivência com os pais, com sua natural superproteção, impedia os filhos de desenvolver a segurança suficiente para reconhecer o mundo, seja de forma intelectual, emocional ou artística.
Muitas das idéias de Neill foram incorporadas a diferentes teorias pedagógicas. Na maioria dos casos, de forma relativizada. Cada vez menos colégios mantêm um esquema totalmente rígido de controle dos alunos, mas também não são muitos os que adotam a liberdade radical. No mundo violento e complexo de hoje, como conciliar o desenvolvimento da responsabilidade com a liberdade? Como educar para o bem comum e, ao mesmo tempo, respeitar a individualidade de todos? Neill diria que o importante são o indivíduo e seu bem-estar. Cabe a cada um agir de acordo com as próprias convicções e os objetivos e valores da escola em que trabalha.
Amanda, Eveline, Iara e Juliana
Puxa... É sempre bom compartilhar e multiplicar saberes,pois aprender não é um ato solitário e contribuições como as suas são sempre louváveis.Parabéns!Também compartilho práticas e saberes nessa ferramenta de comunicação tão democrática. Se puderem conheçam:http://lideducadoradeinfancia.blogspot.com
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