domingo, 28 de agosto de 2011

Mais de 40% dos alunos concluem o 3º ano sem boa leitura

Mais de 40% dos alunos que concluíram o 3° ano do ensino fundamental não têm o aprendizado em leitura esperado para essa etapa. Isso significa que não dominam bem atividades como localizar informações em um texto ou o tema de uma narrativa. É o que aponta o resultado de uma avaliação aplicada no primeiro semestre deste ano a 6 mil alunos de escolas municipais, estaduais e privadas de todas as capitais do país. O objetivo era aferir o nível de aprendizado das crianças no início da vida escolar, após os três primeiros anos de estudo.
A Prova ABC é uma parceria do movimento Todos Pela Educação, do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, da Fundação Cesgranrio e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A avaliação utilizou a mesma escala da desempenho adotada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), exame aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) aos alunos do 5° e 9° do ensino fundamental. Por esse modelo, o aluno tem o aprendizado considerado adequado quando atinge 175 pontos. O desempenho médio em leitura dos alunos participantes da Prova ABC foi 185,5 pontos – mas há grande variação nas notas de escolas públicas e privadas e entre estudantes do Norte e Nordeste em relação ao restante do país.
Enquanto os alunos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram desempenho acima da média nacional – chegando a 197 pontos no Sul – os do Norte e Nordeste atingiram, respectivamente, 172 e 167 pontos. Os resultados também variam entre as escolas públicas e particulares: a média dos estudantes da rede pública foi 175,8 pontos, contra 216,7 entre os da rede privada.
Os alunos que participaram da prova também fizeram uma redação para avaliar competências como coesão, coerência e adequação do texto ao tema proposto, além da observação das normas ortográficas e de pontuação. O desempenho esperado, em uma escala de 0 a 100, era pelo menos 75 pontos. Mas a média nacional foi 68,1, sendo a nota dos alunos das escolas públicas seis pontos inferior a essa média e a dos estudantes da rede privada, 18 pontos superior.
Também foi avaliado o conhecimento dos participantes em matemática, cuja média nacional foi 171,1 pontos - abaixo do nível determinado como aprendizado adequado. O aluno precisaria atingir 175 para ser considerado apto a resolver problemas envolvendo notas e moedas, além de dominar a adição e a subtração. Apenas 42% do total dos avaliados atingiram esse patamar.
As habilidades dos estudantes com os números também foi superior na rede privada, cuja média foi 211,2 pontos contra 158 na pública. Os alunos do Norte e Nordeste também tiveram resultados inferiores – 152,6 e 158, 2 pontos respectivamente – em relação aos participantes do Sul (185 pontos), Sudeste (179 pontos) e Centro-Oeste (176 pontos)

Fonte: http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=6&n=16513
Educação  - 25-08-2011 - 17h29min
Por Ag. Brasil

Um comentário:

  1. A fragilidade dos resultados dos instrumentos aplicados demonstram uma realidade vísivel e acumulada ao longo da história, a de que alunos que frequentam os bancos das escolas públicas estão em desvantagem em realação aos alunos dos grupos privados. O estado enquanto responsável em gestar as políticas públicas esta no centro do furação; a quem recorrer para responsabilizar a baixa produtividade do ensino??
    É pois, necessário uma reflexão profunda a cerca da formação dos professores que estão na linha de frente da educação infantil.
    Penso que não somente para responder as exigencias da gestão pública e dos orgãos internacionais, nós enquanto educadores(as), "MENSURAMOS" dados de nossos alunos...dados que não aplicados com coerencia e cientificidade, de nada valem, pois escondem o submundo dos cadernos de avalição.
    Além desses dados, podemos pensar então, como estão as aulas e a prática pedagógica em sala de aula, para que tais resultados chegassem a dados tão baixos???

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