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Texto: SILVA, Tomás Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª Ed, Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
Capítulo: “A crítica neomarxista de Michael Apple”
Michael Apple, neste texto, critica as teorias tradicionais do currículo. Aproveita-se de críticas de trabalhos anteriores sobre a educação liberal, para elaborar uma análise crítica do currículo.
O mesmo coloca que a dinâmica da sociedade gira em torno da dominação de classes, afetando a educação e a cultura. Temos uma relação estrutural entre economia e educação, entre economia e cultura. Para ele, não é suficiente postular um vínculo entre as estruturas econômicas e sociais mais amplas, e a educação e o currículo, pois este vínculo é mediado por processos que ocorrem ativamente no campo da educação e do currículo, já que este é mediado pela ação humana.
Estas preocupações levam Apple a recorrer ao conceito de hegemonia, que permite ver o campo social com questionamentos, onde os dominantes recorrem a um esforço permanente de convencimento para manter sua dominação. Logo, a dominação econômica torna-se hegemonia cultural, e o convencimento se transforma em SENSO COMUM, tratado como algo natural, é quando atinge sua máxima eficácia.
Segundo Apple, “o currículo não é um corpo neutro, inocente e desinteressado de conhecimentos”, pois “o conhecimento corporificado no currículo é um conhecimento particular. A seleção que constitui o currículo é resultado de um processo que reflete os interesses particulares das classes e grupos dominantes”. O que importa saber é qual conhecimento é considerado verdadeiro. Há duas ênfases quanto a critica inicial do currículo, são elas: críticas que enfatizavam o papel do “currículo oculto”, em que o foco não está no que é transmitido, mas na forma pelo qual isto é transmitido; críticas que davam mais importância ao currículo explícito, enfatizando o “conteúdo” do mesmo.
Apple enfatiza no seu livro Ideologia e currículo, o fato de que a escola “simplesmente transmite o conhecimento adquirido em algum outro lugar”. Entretanto, ele concede o papel à escola como produtora de conhecimento técnico, isto é, “relaciona-se diretamente com a estrutura e o funcionamento da sociedade capitalista”, já que este conhecimento é relevante para a economia e a produção.
A questão básica, destacada pelo autor, é a da conexão entre a produção – distribuição e consumo dos recursos materiais, econômicos – e a produção, distribuição e consumo de recursos simbólicos, como a educação, cultura, conhecimento e o currículo.
Capítulo: “O currículo como política cultural: Henry Giroux”.
Henry Giroux teve como principal influência na sua obra, Paulo Freire. Em suas ultimas obras, o autor tem demonstrado grande preocupação quanto a cultura popular, logo, seu foco principal é a cultura, e não a educação.
Como outros autores desta fase inicial, Giroux é centrado em sua crítica, numa reação as perspectivas empíricas (baseado na experiência) e técnicas sobre o currículo então dominante, colocando que esta perspectiva deixava de levar em conta o caráter histórico, ético e político, resultando em um apagamento de caráter social e histórico do conhecimento e as teorias tradicionais do currículo contribuem para a desigualdade e injustiças sociais.
Giroux enfatiza também: que professoras e professores são “intelectuais transformadores”; é importante um espaço para que os jovens possam ser ouvidos; há uma conexão entre pedagogia e a política, entre educação e o poder;
Segundo Giroux, a pedagogia e o currículo podem ser vistos através da noção de “política cultural”, pois no currículo é envolvida a construção de significados e de valores culturais, ele não é apenas um transmissor de “fatos” e de conhecimentos “objetivos”, “é um local onde, ativamente, se produzem e se criam significados sociais”, que estão ligados a relações sociais de poder e desigualdade.FABIANA, JOANA E MARIANA
2º SEMESTRE
PEDAGOGIA
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